a manicure e seu primeiro cruzeiro marítimo

Olá pessoal,

Um dos blogs que acompanho é o Balaio do Kotscho do jornalista Ricardo Kotscho, hoje repórter do IG e da revista Brasileiros, que ao longo dos seus 46 anos de profissão, vem nos brindando com reportagens, histórias e narrativas inspiradoras, como esta que ele acaba de nos escrever.

Neste post, em especial, ele conta três casos do chamado Brasil Real, que vale a pena ler, pela beleza dos textos e da trama que ele desenvolve com a história de cada personagem, mostrando que o futuro já chegou, mas nós ainda continuamos presos com o olhar fixo no passado.

O caso da manicure que resolve fazer sua primeira viagem num cruzeiro marítimo e a surpresa de uma de suas clientes ao encontrá-la na mesma viagem é exemplar:
Cliente --Nossa! O que você está fazendo aqui? Ganhou a viagem numa promoção?
Manicure --Não, por que? Você por acaso ganhou a passagem numa promoção? Eu estou pagando a minha…

Esta é a realidade do Brasil de hoje. Graças a uma política praticada nos últimos dez anos, de promover uma melhor redistribuição de renda entre as camadas de menor poder aquisitivo.

Isto permitiu que uma parcela significativa da população tivesse acesso a produtos e serviços que, até então, não tinha condições de consumir e, consequentemente, fez surgir uma nova classe média, formada por pessoas como a da manicure, contada pelo Kotscho, que apesar de ter um perfil diferente da antiga classe média, tem os mesmos desejos de consumo.

Esta é a realidade que a antiga classe média e seus "derivados" ainda não conseguiram assimilar, expondo um lado decadente e preconceituoso, que agora começa a se revelar com mais nitidez.

Eles encaram estas mudanças em nossa sociedade como uma afronta. Acreditam que tudo isto se deve a uma política de inclusão de caráter populista, que condenam raivosamente e que deu início a estes problemas, que tanto constrangimento tem causado a esta antiga classe de privilegiados.

Felizmente, para tristeza destas pessoas, este modelo de gestão tem se provado mais justo e mais digno e pelos resultados alcançados, como o aumento do mercado interno, do numero de empregos e demais benefícios obtidos, este modelo é um caminho sem volta, mesmo que haja alternância de poder.