sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O trágico início e um sinal de esperança.

Olá pessoal,

Muito triste este início de 2010. Antes mesmo do ano novo chegar, tivemos no dia seguinte ao Natal, o ataque dos quilombolas aos brasileiros que viviam em Albina no Suriname. Por este período também ocorreram as enchentes em São Paulo e na baixada fluminense, deixando muitas famílias desabrigadas. Depois, na entrada do ano, as tragédias em Angra, Ilha Grande e São Luís do Paraitinga. Logo após, houve o alagamento do rio Jacuí, no Rio Grande do Sul, que culminou com a queda da ponte que liga as cidades de Restinga Seca e Agudo, com algumas pessoas desaparecidas. Agora, essa tragédia no Haiti, que ainda não temos condições de saber ao certo quantas pessoas morreram ou ficaram mutiladas e quais os estragos causados por este terremoto, ocorrido no dia 13 de janeiro, atingindo a cidade de Puerto Príncipe, capital do país.

Por mais que eu tente, não dá para pensar em outra coisa. É muita tragédia para um período tão curto de tempo. Soldados brasileiros prestes a retornar para suas casas, depois de cumprirem suas missões na ONU, perderam suas vidas aguardando o momento da volta. Um deles, que vi pela TV, estava de casamento marcado, outro, que acabara de se despedir de seus familiares, partiu para o Haiti e sucumbiu nos escombros de uma cidade em ruínas.

O que fez com que a força da natureza se rebelasse de uma maneira tão avassaladora em uma ilha no Caribe e escolhesse, dentre tantas outras localidades, o País mais pobre das Américas, atingindo exatamente sua capital, onde se concentra o maior número de habitantes?

Um sismólogo vai nos dizer que o terremoto ocorreu em razão do choque havido entre as placas tectônicas, que cruzam exatamente aquele local. Um fundamentalista religioso talvez atribua a esta ocorrência o sinal de que o final dos tempos está próximo. Os que acreditam em reencarnação podem atribuir a esta tragédia como o reencontro de pessoas que, por um ato comum cometido em vidas passadas, carregam um Karma (dívida) que só poderá ser pago quando todos os que possuem esta mesma dívida, voltem a ficar juntos novamente. Os mais céticos vão dizer que esta tragédia ocorreu naquele local por uma simples e infeliz coincidência. Sinceramente, nada disso explica ou me faz aceitar com resignação esta catástrofe.

O que conforta é o movimento de solidariedade que esta tragédia acabou provocando, fazendo com que o Brasil e demais países se articulassem e, rapidamente, respondessem com uma ação conjunta, mandando para o Haiti recursos financeiros, materiais, voluntários e seus cães farejadores, especializados neste tipo de ocorrência, para ações de resgate e atendimento às vítimas.

Ações que em tempos normais levariam anos para acontecer, são resolvidas em minutos, como, por exemplo, a informação que acabo de ler sobre o governo cubano, autorizando a abertura de seus aeroportos para pouso de aviões americanos em apoio ao Haiti. Até a entrada de recursos anteriormente tão reclamados pelo Brasil, que coordena a missão de paz da ONU no Haiti, agora, em três dias, alcançou um montante de doações em dinheiro, equivalente a um terço do orçamento anual do país.

Minha indignação é que quando acontecem estas tragédias, sempre os mais pobres são os que mais sofrem, pois aqueles que possuem mais recursos, embora sofram igualmente suas perdas, viverão no conforto de suas casas, acompanhados por profissionais que lhe darão o melhor tratamento possível e, apesar da dor causada pela perda dos seus entes queridos, poderão ao menos enterrar seus mortos. Diferentemente destes pobres haitianos que, mesmo antes da tragédia, já viviam na miséria absoluta e agora sofrem a dor de verem seus mortos serem despejados e sepultados em uma vala comum.

Que ao menos este triste episódio que ceifou tantas vidas, inclusive de brasileiros que lá estavam dando assistência à aquele país, como Zilda Arns e nossos heróis soldados em missão de paz pela ONU, fique na memória de cada um de nós e sirva de estímulo para que este movimento humanitário criado tão rapidamente, permaneça e faça do Haiti um verdadeiro exemplo de transformação, como um símbolo de solidariedade humana e de colaboração entre países, inclusive daqueles com divergências entre si, que em prol dos mais necessitados, foram capazes de se unirem e superarem suas diferenças.

Quem sabe assim, inspirados neste trabalho e cônscios do poder de transformação que a união de forças entre os países é capaz de realizar, nossos governantes não resolvam erradicar de vez a fome e a miséria deste mundo tão desigual? Somente assim, poderei entender e aceitar a razão desta tragédia.

2 comentários:

  1. É muita coincidencia junta mesmo. Essa é uma reflexão que todos deveríamos fazer e pensarmos mais em ações de paz; não fazendo só passeatas, protestando,enviando ajuda aos que estão longe, mas ação de paz,gentileza,caridade,generosidade para quem está bem próximo da gente: família, vizinhos, o porteiro do prédio, o carteiro, o professor, o médico...isso transformaria o mundo...e bem mais rápido.
    Fatima

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  2. "Nos últimos acontecimentos da orbe terrestre, que finalizaram os dois mil anos, nas grandes catástrofes fisicas e morais, quem não tiver fé, dificilmente se salvará.
    A salvação a que nos referirmos, é a estabilidade da consciência, é a paz interna no meio das tormentas que se aproximam.
    Parece para os cépticos que a fé é sinonimo de fanatismo, e esse engano é que vai leva-los ao caos do terrorismo e da depressão.
    A vida alegre é a que se consubstancia na luz da Fé, porque ela eleva o espirito até a plenitude do amor.
    Queira DEUS que despertemos cada vez mais para o CRISTO, no resto dos tempos que nos é dado, que também representa resto de imprudência.
    O Apocalipse é um aviso com dois mil anos de antecedência.
    Todavia, o Evangelho, na sua retaguarda, nos fala do clima que poderemos formar em nós, a fim de que não soframos os desastres coletivos.
    Quem se apegar ao Amor, aquele que se universaliza com todos os sentimentos,se livrará da rede selecionadora, que retirará uma grande
    cota do rebanho para mundos inferiores, onde haverá prantos e ranger dos dentes.
    Quem não acreditar, e cruzar os braços diante de CRISTO, dará sinal de que pertence às sombras, e para ela será entregue, pela sintonia do coração.
    Não vai nesse sentido, haver opressão nem oprimidos, nem tampouco divisões por qualidade, pois pois cada um receberá o que realmente merecer.
    Essa é a lei da justiça."

    Este é um trecho do livro FRANCISCO DE ASSIS, de João Nunes Maia, escrito em sua decima sétima edição em 2002, que estou relendo.
    Eu acredito que tudo isso é um Karma e que estamos pagando pelo que fizemos em outras vida.
    João

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