quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

mercado de trabalho e os os prédios abandonados

Segundo um estudo que acabo de ler, o mundo caminha para uma situação impactante no que diz respeito ao mercado de trabalho: Trinta por cento dos empregadores (no mundo todo) estão encontrando dificuldades para preencherem suas vagas, devido a falta de talento adequado disponível em seus mercados.

Por outro lado, o desemprego causado pela crise ocorrida no final do ano passado, somado ao número já existente de pessoas desempregadas, em decorrência do movimento crescente nas empresas pela busca da maior eficiência, está criando, o que chamo de "Depósito do Vazio", que é uma força de trabalho que nada produz, mas que necessariamente precisa consumir ao menos para sua subsistência.

Este assunto me parece muito semelhante com à situação dos sem teto e dos atuais desabrigados pelas chuvas de São Paulo, que não têm onde morar e a questão dos apartamentos vazios, de prédios abandonados na região central da cidade, que segundo um levantamento da arquiteta Valéria Bonfim, apresentado no programa " Bom dia Brasil" - chegam a 40 mil unidades.

Em ambos os casos, o que falta é boa vontade. Óbvio que dá trabalho, que é difícil, que é preciso convencer as pessoas e fazê-las entender esta nova realidade. Mas ou fazemos isto e aproveitamos estes recursos ou continuamos não fazendo nada e iremos ver a situação se agravar cada vez mais.

Se queremos que a situação melhore, não podemos continuar fazendo as coisas da mesma maneira. No caso da dificuldade para encontrar novos talentos, um fato que me chama atenção, são as exigências colocadas nos anúncios de emprego. É comum encontrarmos a obrigatoriedade da língua inglesa (ultimamente tenho visto até do espanhol) e pós-graduação, para atividades onde se percebe nitidamente, que são pré-requisitos desnecessários.

De fato, fica mais fácil para o headhunter, fazer a seleção dos candidatos, levando em conta estes pré-requisitos e outros não anunciados, como por exemplo, idade, sexo (politicamente incorretos), porque assim, com um número menor de candidatos, o processo fica menos trabalhoso.

Ocorre que nesta "peneira", perdem-se candidatos que sequer, tiveram a oportunidade de mostrar seu talento. Ok, ele não sabe inglês, mas os termos técnicos necessários para o exercício da sua atividade, ele conhece perfeitamente, além do que o Google já resolveu este problema, há algum tempo. Também não tem pós-graduação, mas procure ver os cursos que ele andou fazendo e você vai se surpreender com o que ele sabe.

E não me venham dizer, que vocês levam em consideração esses aspectos. Canso de ver sities especializados no assunto, que rejeitam o currículo no ato, caso o candidato não possua em seu perfil estes pré-requisitos.

Que tal mudarmos esta prática? Quem sabe, trabalhando mais e com um pouco mais de empenho e boa vontade, não iremos encontrar, neste mar de currículos, o talento que precisamos? Somente assim poderemos contribuir para a melhoria da situação e quem sabe, para a melhoria da nossa performance.

2 comentários:

  1. Conheço alguns amigos que ocupavam cargos importantíssimos nas empresas que trabalharam. Parecia que eram intocáveis, excluídos deste problema, isto é, de falta de emprego, pois tinham tal grau de relacionamento com presidentes, diretores de outras empresas,e estes lhes "puxavam o saco" como se fossem as pessoas mais importantes do mundo...pois bem, uma vez demitidos, os tais "relacionamentos" sumiram (até parecem seres virtuais), antigos pares não atendem o telefone (pois todos tem o detecta no celular), quando os recebem é só enrolação, enfim ele se torna pária, principalmente se está entre os 50 e 60 anos.
    Precisamos mudar isso urgentemente, uma vez que a expectativa de vida aumentou muito...
    Oswaldo

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  2. É uma pouca vergonha o que as empresas fazem com esses "velhinhos" de 50 a 60 anos. A gente vai em empresas e é atendido por jovens recem formados que não tem nem histórico, nem vivência, nem experiência, mas recebem metade do salário do "velhinho". E o pior é que esse "velhinho vai viver muito e ainda a família depende dele.
    Roberto

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