sexta-feira, 19 de março de 2010

Juros versus inflação

Olá Pessoal,

É interessante assistir este circo que é armado periodicamente, às vésperas da reunião do Copom.

A pressão que andam fazendo a favor do aumento da taxa de juros é um escândalo. Agora a ameaça é a inflação, que conforme dizem "os especialistas" deve ultrapassar o montante de 4,5% previstos como meta para este ano.

A Miriam Leitão quase arranca os cabelos por não ter conseguido, através de seus comentários, sensibilizar os membros do Copom para que a taxa de juros subisse ao menos 0,25%. Em um dos seus posts, chegou a divulgar que os analistas do Itaú e Bradesco tinham previsto uma subida de 0,5 ponto percentual, como se dizendo, se os dois maiores bancos privados estão prevendo isto, o que os demais estão esperando para aumentar a taxa Selic?

O mundo inteiro praticando taxa próximo a zero e nós temos que subir nossas taxas. Afinal, segundo eles, nosso mercado anda super aquecido e isso não é bom. Não é bom para quem? O que é bom então? Viver à míngua? Regulado pelo mercado financeiro que quer ganhar dinheiro sem correr riscos?

Os analistas querem nos fazer acreditar, que a única forma de conter a pseuda inflação,(sim, porque ela ainda não aconteceu a ponto de concluirmos que é uma tendência), é com o aumento da taxa de juros. Como se a produção fosse finita e não houvesse possibilidade do aumento da produção para atender maior demanda.

Ótimo que a demanda está aquecida. Com isto, aumenta a produção, aumenta o número de empregos, a economia cresce, os preços tornam-se mais competitivos e assim quem sabe, o país além de suprir o mercado interno, possa exportar também.

Será que estou falando besteira? Não é assim que as economias funcionam ou deveriam funcionar?

Aqui no Brasil é diferente. Quando o mercado começa a ficar bom a ponto do empresário pensar na ampliação do seu negócio, para fazer face ao aumento da demanda, começa o movimento dos bancos e os analistas de plantão, alardeando sobre o perigo da inflação e a necessidade do aumento da taxa de juros, como antídoto para um mercado muito aquecido. O resultado disto é que as vendas caem, a produção diminui e o empresário sem uma clara definição do futuro, decidi adiar o investimento que havia planejado e enquanto aguarda dias melhores, aplica seu dinheiro , quando tem, no mercado financeiro e quando não tem, amarga o montante da sua dívida com a taxa de juros majorada.

Até quando vamos ficar assistindo os bancos apresentarem seus balanços com lucros absurdos, favorecidos por esta prática que só os beneficia. Afinal, eles surgiram como um segmento assessório para auxiliar o mercado a fomentar a economia na transação de compra e venda daquilo que produz e não como um fim em si mesmo. A remuneração do capital excedente é para ser usado na criação de novos empreendimentos. Se a taxa paga a este capital excedente for atraente e com baixo risco, qual o estímulo que o dono do capital vai ter para se aventurar em um novo negócio?

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